A Polícia Civil do Distrito Federal investiga agressões contra uma empregada doméstica no Lago Sul. A vítima, Cleonice Xavier de Oliveira, de 53 anos, diz ter sido atacada pela filha da patroa.
Por causa das agressões, Cleonice diz que quebrou o braço e está internada no Hospital de Base. De acordo com o boletim de ocorrência, o caso ocorreu no último sábado (26), após Danielle Maria Pantoja Casemiro, de 43 anos, discutir com a vítima por causa do cardápio do almoço.
O filho da vítima, Lucas de Oliveira, conta que o braço da mãe quebrou enquanto ela tentava se defender de socos de Danielle. De acordo com ele, Cleonice trabalhou 18 anos na casa da família, de segunda a sábado.
O caso é investigado como “injúria e lesão corporal de natureza grave ou gravíssima” pela 10ª Delegacia de Polícia, no Lago Sul. A defesa de Danielle negou as agressões e disse que ela teve um “desentendimento” com Cleonice.
Discussão
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Em depoimento à Polícia Civil, a empregada doméstica afirmou que preparava o almoço, quando Danielle questionou o cardápio. Ela disse que faria “arroz, feijão e bifes”.
Em seguida, a suspeita perguntou sobre o cardápio do dia seguinte. Nesse momento, ela respondeu que não sabia e a filha da patroa se irritou.
Cleonice contou aos policiais que Danielle a xingou várias vezes. De acordo com a empregada doméstica, ela foi chamada de “velha gorda e incompetente”.
Além disso, a a mulher falou que a empregada não poderia comer a comida, já que ela não havia comprado e a expulsou de casa. Segundo Cleonice, Danielle ainda tomou a bolsa dela, rasgou e jogou no chão tudo que estava dentro.
Ainda de acordo com o depoimento, Cleonice disse que a filha da patroa pegou mangas que estavam no quintal da casa e arremessou contra ela. As frutas atingiram “várias partes do corpo” da empregada.
Revolta
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Lucas, filho de Cleonice, diz que quer uma “investigação severa”. De acordo com ele, nada justifica as agressões contra a mãe dele.
“Isso [as agressões], para mim, me traz uma sensação de injustiça, ao ponto de pensar qual é o motivo da vida do ser humano. Qual o valor?”, afirma.
Outro filho de Cleonice, Danilo Ronyer, também não consegue se conformar com o que a mãe sofreu. “Será que por a gente ser preto, pobre e morar na periferia, temos que ser tratados como lixo? Não temos que ser respeitados?”, diz.
Fonte: G1

