Empresário é preso em megaoperação contra lavagem de dinheiro

Foto: PCDF

Nove pessoas suspeitas de lavagem de dinheiro foram presas na manhã desta quarta-feira (20). Entre os envolvidos, está um empresário da região de Brazlândia. A investigação mostrou que por meio de fraudes no sistema de bilhetagem eletrônica do extinto Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), o homem desenvolveu um sistema sofisticado para lavar mais de R$ 31 milhões.

No total, nesta quarta-feira (20), foram cumpridos nove mandados de prisão temporária, além de sete de busca e apreensão. O grupo teria agido entre 2018 e 2023.

Em março de 2018, a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) deflagraram a Operação Trickster para apurar condutas de corrupção e desvio milionário de recursos do extinto DFTrans. As pessoas presas na manhã de hoje faziam parte de uma verdadeira organização criminosa na cidade de Brazlândia para branquear os valores desviados do DFTrans e evitar bloqueios judiciais.

O grupo era coordenado por um casal de empresários de Brazlândia, alvo da Operação Trickster. O esquema de lavagem ainda contava com a atuação de dois filhos e outros dois parentes do casal. Também havia a participação de laranjas e testas de ferro, bem como de um analista do MPDFT, que recebia propina do grupo criminoso.

Conforme apurado, após a Trickster, as empresas do casal foram colocadas em nome de
parentes e funcionários, essas pessoas serviam de laranjas e testas de ferro para dar continuidade na prestação de serviços e recebimento de valores do GDF e de prefeituras.

As investigações comprovaram que para dificultar a atuação da justiça, os valores recebidos nas contas empresariais eram transferidos para as contas poupança de filhos, parentes e amigos do casal investigado. Em seguida, eles faziam retiradas diárias de valores dessas contas poupança para repasse às contas das empresas, tudo isso para evitar bloqueios judiciais.

Os filhos do casal tinham, na época, quatro e 15 anos. A polícia acredita que 10 pessoas integravam diretamente a organização, além da participação de 15 laranjas.

As operações era praticadas em uma única agência bancária de Brazlândia e promoveram o branqueamento de mais de R$ 31 milhões.

Entre 2017 e 2018, pela consultoria prestada durante os desvios no DFTrans, o analista do MPDFT recebeu R$ 24 mil do casal de empresários de Brazlândia. Já no ano de 2020, por novos serviços advocatícios, o mesmo servidor recebeu R$ 10 mil, valor depositado na conta da esposa do analista. A PCDF pediu a prisão temporária do servidor, mas a prisão foi indeferida, após parecer contrário do MPDFT.

TAGGED:
Compartilhe esta notícia