O estranho afastamento do delegado que pediu a prisão do ex-ministro da Educação

29 de junho de 2022 592 visualizações
Postado 2022/07/21 at 9:11 AM

Blog do Elijonas

O delegado da Polícia Federal Bruno Calandrini, de classe especial, foi o responsável pelo inquérito e pedido de prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Paraense, com estudos em Minas Gerais, o delegado tem mais de 15 anos na PF e é profissional de Triathlon, tendo já participado de grandes competições, como Ironman.
O investigador, discreto, viu-se numa avalanche política e midiática após a prisão do ex-ministro do governo Bolsonaro e vai ser afastado do cargo por determinação da Direção-Geral da PF.

A PF, em nota, diz que a mudança de cargo foi a pedido do próprio delegado, antes da prisão de Milton Ribeiro. Ele sai do núcleo de inquéritos especiais que investiga pessoas com foro privilegiado e vai para o grupo de investigação de crimes cibernéticos.

Nas redes sociais, Calandrini agradeceu o apoio da imprensa nesse momento. Com tanto assédio de jornalistas, quase todos que nunca nem ouviram falar no nome dele, escreveu no status do whatsapp e nos stories do instagram: “Car@s jornalistas, agradeço o apoio profissional de todos, manifestando através de dezenas de mensagens diárias, e, parabenizo o compromisso na busca da verdade real, contudo, esclareço e enfatizo que não posso manifestar sobre a operação e suas consequências, em razão de normativo interno da Polícia Federal, que proíbe declarações sobre a atividade funcional. Excelente trabalho a todos. Obrigado”, finalizou o comunicado.

O imbróglio em torno do nome de Calandrini surgiu após a prisão de Milton Ribeiro. O ex-ministro seria transferido para Brasília, mas a Direção da PF deixou ele prestar depoimento em São Paulo, onde foi preso. O delegado responsável pelo caso divulgou uma carta aos colegas de operação explicando o motivo e denunciou interferências diretas de superiores no caso. “Sem autonomia para investigar”, disse ele.

Fato é que o caso e o nome do delegado viraram assuntos proibidos entre os delegados. A maioria teme punição e transferências (a pedido) para outras delegacias.

Por Elijonas Maia

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