O mais democrático torneio do futebol brasileiro: semana de rodada de ida da Copa do Brasil

Foto: Mix Me

A semana começou forte com o Galo mostrando intensidade e organização no ataque.
Foram, pelo menos, cinco grandes chances de gol e duas bolas caprichosas na trave do Sport, 65% de posse de bola, 17 finalizações, mais do que o dobro de passes certos do que o adversário, mais um gol mal anulado com uma linha de impedimento equivocadamente montada pelo VAR. O Galo ocupa bem o campo de ataque e busca retomar a posse de bola assim que a perde. Merecia resultado melhor, mas o espírito mostrado leva o favoritismo também para o jogo da volta. Méritos para o treinador que parece estar recuperando o futebol de jogadores já descartados pela torcida, a exemplo do Vargas e do lateral uruguaio Saraiva.

Decepção com o Grêmio, que emenda mais um jogo sem vitória, mesmo enfrentando um time teoricamente mais fraco, enquanto seu treinador mantém a rotina de justificativas que não chamam a responsabilidade para si e para o próprio time.

O Bahia fez jogo superior ao Criciúma, mas não o suficiente para levar um placar com folga para o jogo da volta. Baixo acerto de finalizações no gol e excesso de cruzamentos mostram ainda um time sem coordenação na movimentação de ataque.

Na quarta, o Fluminense fez jogo fácil contra o Sampaio Corrêa, com 70% de posse de bola que não se converteu em intensidade de chegadas no gol ou no campo do adversário. Previsível por ter utilizado time misto, questionável por estar a equipe precisando mostrar evolução no ano, já que a derrota no fim de semana deixou o torcedor com a confiança em baixa.

Também na quarta, o Vasco empatou fora de casa com o Fortaleza, jogo fraco e de poucas chances. O pessoal do Vasco precisa explicar porque o jogador de grande investimento do ano, Adson, continua no banco. O Corinthians passou sufoco com o América-RN, enquanto o Flamengo continuou decepcionando sua torcida no Maracanã. Tite já mostrou que não tem o perfil do clube e nem do elenco. Volto há algumas colunas atrás quando critiquei o processo de escolha dos técnicos que é feito no Brasil. O pessoal escolhe por nome, não por perfil nem pelo encaixe com o elenco. O time rubro-negro perderá mais alguns jogos ou meses para perceber, e poderá ser tarde demais. Não é normal que o time que tenha 72% de posse tenha apenas 4 finalizações certas no gol e mais chutes de fora da área. Falta movimentação de infiltração e transição no time do Tite. Quando encaixar isso, será quase imbatível também.

Na quinta-feira, o Botafogo venceu o Vitória, placar magro que ainda não permite cravar quem passa. A crítica aqui é deixar o venezuelano Savarino no banco. O técnico tem mudado o time carioca para melhor, sem dúvidas, mas precisa achar uma forma de encaixar o camisa 10 venezuelano no time titular.

Palmeiras, Goiás e CRB venceram, também sem cravar placares tranquilos para a volta, enquanto o São Paulo praticamente garantiu vaga.

A Copa do Brasil dessa semana mostrou como times de fora do eixo também tem potencial de ajudar na evolução do futebol brasileiro. Pena que os gestores e a mídia gostam de fechar os olhos para isso. Perde o esporte brasileiro

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