O poder da Voz

Voz humana é um dos principais meios de comunicação do indivíduo

11 de julho de 2022 570 visualizações
Postado 2022/07/21 at 8:56 AM
Foto: Unsplash

A voz humana é um som que existe desde o nascimento, como choro, grito, riso e sons da fala. É um dos meios de comunicação do indivíduo.

Para a voz ser gerada, utilizamos órgãos dos sistemas respiratório e alimentar, os quais, após a fala, voltam para as suas funções básicas. Isso acontece porque no corpo não existem órgãos com a única função de emitir sons.

Quando decidimos falar, acionamos a respiração inspirando o ar, na expiração, é que o som é gerado. Há vibração das pregas vocais pelo ar que está saindo dos pulmões, e o som vai ganhando força pelas estruturas seguintes, que são denominadas cavidades de ressonância, como a garganta, boca, nariz e seios da face, lábios, língua, úvula, bochecha, mandíbula, dentes e palato, modificando o ar vindo dos pulmões. Estas estruturas modificam o som que, por fim, é articulado transformando-se em fala.

Assim sendo, a voz é o resultado do equilíbrio entre duas forças: a força do ar que sai dos pulmões e a força muscular da laringe e estruturas próximas. Se houver um desequilíbrio nesse mecanismo, poderá ocorrer uma alteração na voz.

As pregas vocais, são músculos revestidos por mucosa que ficam entre a laringe e a traqueia. Ficam abertas durante a respiração e fecham durante a fala ou canto. Ficam mais tensas e alongadas para produzir notas mais agudas e ficam mais soltas para notas mais graves. O ideal é que as pregas vocais sejam macias, suaves, flexíveis e livres de inflamação.

A frequência natural da voz é determinada, em grande parte, pelo comprimento das pregas vocais. As mulheres têm voz mais aguda do que os homens porque as suas pregas vocais são mais curtas. Pela mesma razão, a voz das crianças é mais aguda do que a dos adultos.

Uma boa voz caracteriza-se por apresentar qualidade agradável, equilíbrio de ressonância (projeção), intensidade (volume: alto ou baixo) e frequência (grave e aguda), limpa, ou seja, sem rouquidão ou outros sintomas e, principalmente sem esforço muscular.

Qualquer alteração na voz é denominada disfonia.

Cantores, professores, políticos, palestrantes, repórteres, apresentadores de programa, são profissões que exigem um grande esforço das pregas vocais. Porém, não são apenas esses profissionais que devem cuidar da voz e se atentar às alterações na mesma.

A rouquidão, por exemplo, uma das alterações vocais mais notáveis, possui diversos diagnósticos. Das mais simples causas, como uma mera má utilização ou resfriado, à presença de nódulos, pólipos, cistos ou tumores nas pregas vocais. Para entendê-las e chamar a atenção da população geral sobre doenças e cuidados necessários com a fala, existe o Dia Mundial da Voz, comemorado anualmente em 16 de abril.

Atente-se às alterações da voz e procure o Médico Otorrinolaringologista nas seguintes situações:

  • rouquidão persistindo por mais de 15 dias;
  • irritação na garganta por mais de 10 dias;
  • perda da voz;
  • cansaço ao falar;
  • pigarrear com frequência;
  • dor ou coceira ou beliscão na garganta;
  • voz cansada ou dificuldade de alcançar as notas.

Os achados mais comuns, no exame de Laringoscopia realizado pelo Otorrino, são o Edema de Reinke, caracterizado pelo inchaço nas pregas vocais, sendo comuns em fumantes. Os pólipos, por sua vez, podem ser decorrente de grito. Em quem usa muito a voz, é frequente o surgimento de nódulos vocais como consequência do uso incorreto da voz. Essas lesões causam rouquidão persistente ou recorrente. O tratamento normalmente é feito por meio de fonoterapia, repouso vocal e tratando os problemas que podem predispor o surgimento deles, como o refluxo gastroesofágico e a hidratação insuficiente. Em alguns casos, pode ser necessário o tratamento cirúrgico.

Os sons emitidos revelam muito sobre o estado emocional. Assim, o bebê que ainda não sabe falar, emite sons que indicam se está feliz, triste ou sofrendo.

A voz é emoção através do som, por isso, é diretamente influenciada pelo sentimento do indivíduo, ou seja, há mudança no tom e outras características da voz e da fala, quando está feliz, excitado, triste, nervoso, ansioso, depressivo ou com medo.

Uma voz saudável é clara, limpa, emitida sem esforço e agradável ao ouvinte.

Algumas alterações e mudanças na voz não são consideradas doenças.

De maneira geral, a voz masculina é mais grave do que a voz feminina, porque os músculos vocais crescem mais nos homens do que nas mulheres. No entanto, na adolescência, o ajuste natural dos músculos pode não ocorrer, e o homem ficar com a voz aguda e a mulher com uma voz infantilizada. A maioria desses casos pode ser resolvida com sessões fonoterapia.

A primeira transformação evidente na voz ocorre na passagem da infância para a adolescência. Nos meninos, esse processo ocorre entre os 12 e 13 anos de idade, enquanto nas meninas, dos 13 aos 15 anos. A mudança é ocasionada por um alargamento nas pregas vocais, gerando uma voz mais grave e adulta.

Assim como todos os órgãos do corpo humano, os envolvidos na produção da voz também sofrem desgastes. A partir dos 60 anos, a voz sofre uma mudança importante, a do envelhecimento. Nessa idade, as pregas vocais começam a atrofiar as fibras musculares e apresentam mais flacidez. A voz fica fraca e baixa. Não é possível reverter o processo de envelhecimento na voz, chamado presbifonia, porém, exercícios e cuidados com a voz podem retardar características como fraqueza, menor potência e falhas na voz. Apesar disso, é necessário ter cautela com exercícios encontrados na internet, pois eles podem prejudicar a fala ao invés de melhorá-la.

Algumas pessoas conseguem ajustar sua voz para chegar a um tom muito parecido com a de outras. Porém, há um limite e nem todo mundo pode imitar todo mundo. Geralmente, o imitador tem características semelhantes às do que está imitando, como formato do crânio e vias aéreas por exemplo ou consegue fazer ajustes musculares extremamente precisos para transformar sua fala.

Cuidados básicos com a voz ajudam na preservação de possíveis alterações e doenças vocais e devem ser seguidos por todos, principalmente por quem a utiliza como ferramenta de trabalho.

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