Há relatos de receitas para o crescimento dos cabelos desde a China Antiga, antes de Cristo, com misturas de banha animal com chifre raspado.
Cabelos bonitos e fortes também fazem parte de diversas histórias. O juiz hebreu, Sansão, tinha sua força associada à grande cabeleira e a teria perdido quando teve suas madeixas cortadas pela filisteia Dalila ao dormir. No Egito Antigo, os penteados faziam a distinção entre as classes sociais. Na época do Renascimento na França, teve início o uso da farinha nas perucas. Até hoje, o uso de perucas brancas é comum pelos representantes do povo e dos juízes em vários países da Europa.
Ufa! E tem mais: o povo viking apreciava muito suas madeixas e era quase impossível ser um guerreiro respeitável sendo calvo. Durante a segunda grande guerra, nos países aliados, algumas mulheres que se envolviam com soldados alemães, quando descobertas, tinham seus cabelos raspados, para serem identificadas como traidoras. Na Antiguidade, os romanos faziam uso de descolorantes para clarear os cabelos, com a intenção de que eles ficassem parecidos com ouro, o metal mais precioso da época.Na África, há relatos de que, em algumas tribos, o uso de tranças feitas com apenas três fios é comum.
No Brasil, estudos mostram que as meninas começam a aplicar produtos químicos desde os nove anos de idade! E, a partir daí, “mexem” nos cabelos até o final da vida. Para a OMS, Organização Mundial da Saúde, a saúde não pode ser definida apenas como a ausência de doenças mas sim como o bem-estar biológico, mental e social do indivíduo. Partindo deste princípio, pessoas que tenham alterações nos pelos corporais ou que não se sintam bem com seu cabelo poderiam ser consideradas como doentes?
Do ponto de vista biológico, os pelos não têm função fisiológica vital, isto é, pode-se viver sem eles, mas, pensando do ponto de vista emocional, eles têm um papel muito importante na vida das pessoas.
Os cortes e cores do cabelo e os penteados acompanham o desenvolvimento das sociedades, tanto para os homens quanto para as mulheres. Ora a moda dita cabelo comprido, ora curto, ora liso, ora cacheado, ora claro, ora escuro. Uma grande aliada dos cabeleireiros e fabricantes de produtos para cabelo é a mídia, que cria e dita moda de acordo com o tempo.
Durante toda a história da humanidade, algumas partes do corpo humano tiveram maior ou menor representação, mas nenhuma teve a importância dos cabelos nessa trajetória.
Estes fios que cobrem o couro cabeludo têm muita relação com a autoestima, às vezes, em excesso, mas quem terá coragem de dizer para uma adolescente de 15 anos que os cabelos não deveriam ser tão importantes na sua vida?

